Tsuru, Origami, desejo de paz e fim das energias nucleares.

ENTREVISTA COM PROF. RYOJI NOYORI

Prêmio Nobel de Ciência Química em 2001.

Nos primeiros dias das notícias das explosões dos reatores de Fukushima e a conseqüente evacuação das áreas próxima às Usinas nº1 e nº2, um pescador local que perdera tanto os barcos como a moradia declarava inconformado:

“Terremoto e Tsunami são respostas da natureza. Mas a explosão nuclear é acidente humano”.

Esta consciência sobre acidentes com reatores avançou um pouco mais, nas notícias subseqüentes da mídia japonesa, que passaram a citar os acidentes nucleares como acidentes provocados pela ciência humana.

Hoje, dia 5 de maio, o professor Ryoji Noyori, prêmio Nobel pela ciência química  (2001) entrevistado dentro do noticiário “News Watch 9”  da TV NHK pelo apresentador Kensuke Ôkoshi, fez comentários que promovem um importante avanço nesta questão.

Tomei a iniciativa de traduzi-lo integralmente, a partir desta noticia (em japonês) reproduzida no Youtube:

Entrevista

(Ôkoshi): Até onde o acidente nuclear de Fukushima é acidente natural e até onde é humano ?

(Prof.Noyori): A humanidade vive se beneficiando cotidianamente com a “graça”da natureza. Mas a natureza veio nos ensinando que ela é também muito severa. O terremoto e o tsunami são deste modo uma catástrofe natural.  Por outro lado o Acidente Nuclear é acidente da origem humana, que nos obriga a muitas reflexões. Lembro o Físico e cientista Sr. Torahiko Terada que dizia “É preciso temer (recear, ter cautela) de modo correto”. Sinto  o peso desta sua advertência.

(Ôkoshi): O Sr. dizia que o acidente nuclear é humano. Como o Sr. vê este acidente associando com a frase do Dr. Torahiko Terada?

(Prof.Noyori): Penso que é preciso compreender a realidade de modo rigorosamente científico, objetivo e com fria neutralidade.

(Ôkoshi): Vínhamos utilizando o termo “tecnologia científica” para dominar a natureza e fornecer energia nuclear. E que foi submetido a esta catástrofe natural, mediante a qual ficamos de mãos atadas.  Quem (ou o que) sofreu a derrota ?

(Prof.Noyori): É preciso antes de mais nada separar o conceito da ciência com o da tecnologia. A ciência busca a verdade e, em si mesma, é absolutamente neutra. Por outro lado quando buscamos a sua utilização e nos beneficiar dela para melhorar a nossa vida econômica e social, nos deparamos com sua luz e sombra.

(Ôkoshi) :  Posso entender então que quando a ciência se torna tecnologia nos deparamos com os seus aspectos iluminados e sombrios ?

(Prof.Noyori) : Sim.

(Ôkoshi): Desta feita após esta série de acidentes ouvimos se repetirem que foram acidente inesperados, fora do previsto…. Vamos mostrar a seguir um vídeo a este respeito.

Tradução do video:

A Usina 1 de Fukushima foi construída há 44 anos, quando então a previsão era de que no máximo poderia ocorrer Tsunamis de 5,7 metros. Como resultado as edificações da Usina foram construídas em solos de 10 metros acima do nível do mar. Prof. Shojiro Matsuura, ex-presidente da Agência  Nacional de Segurança Industrial e Nuclear comenta:

“Fora uma decisão inevitável para a época pois o conhecimento que tínhamos e os dados que dispúnhamos previam para Tsunamis de no máximo 5,7 metros. Não tínhamos nenhum dado científico para fundamentar que deveríamos nos prevenir para Tsunamis acima de 10 metros. “

Mas o Tsunami que atingiu as Usinas nucleares tinham a altura de 14 metros.

Prof. Matsuura, na qualidade de cientista que veio incentivando a construção de Usinas Nucleares faz uma reflexão responsável:

“Entendíamos que ao se unir todos os conhecimentos científicos poderíamos beneficiar a humanidade. E desta feita uma considerável parte deste pensamento foi violentamente esmagado a marteladas.”

A ciência não podia ter previsto este grande Tsunami ?

Segundo AIST (National Institute of Advanced Industrial and Science Tecnology) e outros Instituto de Pesquisas de Terremoto do Japão, no ano passado anunciaram pesquisas de que no ano de 869 d. C.  o Terremoto Jôgan havia resultado em imensos Tsunamis semelhantes ao que ocorreu, e levado as águas marítimas para uma extensão semelhante ao último Grande Tsunami. Estes dados foram levados para advertir  o governo japonês e a Tokyo Electrics (TEPCO) sobre a necessidade de se tomar medidas contra a possível ocorrência de Grande tsunami. No entanto esta advertência não foi aproveitada… 

(Ôkoshi): Esta expressão “fora do previsto” está sendo muito utilizada pelas autoridades competentes. Quando fomos entrevistar as vítimas, para eles era palavra proibida que não queria mais ouvir. Soava como uma mera desculpa, para se isentar da responsabilidade.  O que o senhor acha ?

(Prof.Noyori): A expressão “fora do previsto” está sendo utilizada para se explicar que aos critérios de segurança adotados pela Tecnologia atual estavam muito aquém. Ela não deve ser utilizada para querer se isentar da responsabilidade, mas sim para reconhecer que menosprezamos a força da natureza. Deve sim reconhecer e pedir sinceras desculpas pelo erro.

Por outro lado a ciência é um eterno desafio ao desconhecido. O que significa que o universo da ciência é o desconhecido, o universo cheio de “fora do previsto”. No meio desta infinita expansão da natureza, o âmbito daquilo que conseguimos de fato “conhecer”  e colocar dentro do previsível não passa de uma limitada parte do universo.

(Ôkoshi) O senhor comentou que devemos separar a Ciência da Tecnologia. Ao mesmo tempo quando queremos fazer uma previsão, é preciso traçar uma linha divisória para o conhecimento. Este é um processo de decisão. E que a ciência é um contínuo desafio ao desconhecido. A necessidade de previsão pode ser entendida como uma grande falha humana ?

(Prof.Noyori): Sim exatamente isso. A questão da necessidade de se utilizar a energia nuclear não está inserido na problemática da ciência que procura conhecer a verdade.  Ela é um problema da tecnologia, do processo de decisão da sociedade que quer utilizar a ciência. A tecnologia é o processo de fazer do homem, do decidir humano.  E por isso ela não é perfeita.  A sociedade decide considerando os riscos e benefícios. E esse processo deve ser claro e neutro. E selecionar a tecnologia correta. E administrar corretamente.

(Ôkoshi) Pode se entender que a tecnologia selecionada não era a mais adequada, mas ao pensar na energia nuclear, no conhecimento nuclear como ciência e sua tecnologia de utilização, não estaríamos promovendo o uso de uma ciência acima daquilo que o homem pode lidar ?

(Prof.Noyori): Sim a Energia Nuclear vem de uma tecnologia que está muito além daquilo que a humanidade é capaz de controlar. Por isso, na medida do possível a humanidade deve se livrar da necessidade do seu uso a longo prazo. No futuro devemos sim direcionar nossas decisões para utilizar melhor a energia solar, e demais energias naturais. E para tanto a chave deverá ser o desenvolvimento da tecnologia baseada na  ciência e do conhecimento sobre essas energias naturais.

(Ôkoshi): O senhor acha então que a Energia Nuclear não deva ser eternamente utilizada pela humanidade ?

(Prof.Noyori): Penso que é apenas um “conector”. Um “link” que vai nos direcionar para energias naturais no futuro. Energias sustentáveis.

(Ôkoshi): Senhor pensa então que devemos direcionar o nosso futuro para um mundo sem energia nuclear ?

(Prof.Noyori): Sim, todavia, enfrentamos a realidade de um aumento populacional na Terra e  ao mesmo tempo esta população precisa de encontrar formas de vida dentro dos limites que o planeta oferece.  Portanto devemos encontrar formas de vida que o conhecimento da ciência, o conhecimento que não vai contra a força da natureza.  Devemos mudar a consciência em busca desta forma de vida de convivência com a natureza, sem o qual não conseguiremos resolver esta questão da Energia Nuclear.

(Ôkoshi): O senhor diz que é importante estar dentro dos limites da natureza. Esta é uma decisão que envolve política e economia, e muitos outros aspectos da sociedade. Do ponto de vista de cientista o senhor não vê a necessidade de participar mais, fazer mais apelos para a sociedade ?

(Prof.Noyori) Sim concordo. A sociedade moderna não existiria sem a ciência e tecnologia. Diferente do passado, a relação entre ciência e sociedade vem se estreitando cada vez mais.  Mas, infelizmente a comunidade científica continua tímida e voltada para si. Continua voltada apenas para o mundo interior da sua comunidade.

(Ôkoshi) É como se fosse preso dentro do “Vaso de polvo” (Armadilha de cerâmica para capturar polvo) ?

(Prof.Noyori): Sim é isso mesmo. Penso que se tornará cada vez mais importante uma visão da Ciência  inserida na sociedade, a ciência voltada para a sociedade. Assim estamos vivendo o questionamento da sociedade para que os cientistas dêem mais ouvidos à sociedade,  dialoguem mais com a sociedade .

Fonte: Wikipedia

(Ôkoshi) O senhor disse também da necessidade de se ter uma postura mais objetiva, mais neutra. Em relação à Energia nuclear, parece que houve de um lado aqueles que defendiam a necessidade econômica de sua utilização. E do outro lado a oposição ideológica a seu uso  que se embatiam como dois extremistas. O que o senhor acha ?

(Prof.Noyori): Acho que ambos caem no fundamentalismo. E devemos evitar essas posições radicais. É preciso que a sociedade possa decidir os seus rumos com absoluta calma, frieza, neutralidade e cientificidade. Devemos evitar tanto as ideologias emocionais como o pragmatismo econômico.

Nos EUA

Usina Nuclear no Alabama, Estados unidos foi desativada após os fortes tornados que atingiram a região.

Fonte: WSJ

No More Atomic Anything

Com a participação de personalidades do mundo artistico e da midia japonesa, como Tokiko Kato, Reiko Yukawa, C.W. Nichols e outros realizou-se no dia 25 de abril em Tokyo, passeata contra a energia nuclear e por uma sociedade sem depender dessa energia.

Fonte: Yahoo Japão – No More Atomic anything.

Mangá e Mitologia

MITOLOGIA GREGA DE FAETONTE ANTECIPA A TRAGÉDIA NUCLEAR

A escritora japonesa Ryoko Yamagishi há 25 anos havia publicado um Mangá com a Mitologia Grega de Faetonte e promovendo uma reflexão sobre o uso da energia nuclear após o acidente em Chernobill.

É um drama em que o jovem  se achou com poderes para  substituir Deus e desafiou os poderes de seu pai.  O mangá foi republicado após o acidente nuclear de Fukushima e disponibilizado para download.

Enquanto não temos o Mangá traduzido para lingua portuguesa, procurei na nossa lingua e encontrei este excelente texto do Frei Beto,  sobre o qual fiz um pequeno resumo e adaptação para promover uma reflexão sobre o Acidente Nuclear de Fukushima.

FAETONTE – O FILHO DE HÉLIO

Filho do Sol, o jovem Faetonte, tomado pela inquietação própria à idade, viu-se desafiado a provar sua ascendência divina e dirigir o carro do pai.

Faetonte (ou Fáeton), na mitologia grega, era o filho de Hélio e da ninfa Climene.

Nos primeiros Jogos Ístmicos, celebrados em Éfira (Corinto) pelos deuses Posidão e Hélio, Faetonte foi o vencedor da corrida de bigas.[1]

Um dia, desafiado por Épafo, não conseguiu vencê-lo. Épafo dizia que sendo filho de Zeus tinha poderes maiores do que Faetonte. Este inconformado pela derrota, queria provar que ele era filho de Hélio, o Deus do Sol, e ainda iria vencê-lo.

Dirigiu-se ao palácio de Hélio, Faetonte aproximou-se do trono onde o deus-sol reinava.

Faetonte exigiu do pai uma prova de amor. Hélio prometeu atender-lhe tão logo manifestasse um pedido.

-Pai, eu quero trazer em mãos as rédeas do carro guiado por quatro cavalos incandescentes que expelem labaredas e, graças aos ventos, disseminavam a luz e o dia por toda a Terra.

Hélio julgou absurdo o pedido do filho. Como confiar a um jovem imaturo o carro capaz de impedir o mundo de viver mergulhado nas trevas? Retrucou-lhe:

– Ó, filho, quisera eu poder voltar atrás em minha promessa! Pede-me algo que está além de suas forças. Você é jovem e mortal; almeja mais do que outros deuses são capazes de obter. Nenhum deles logra equilibrar-se sobre o eixo incandescente. Íngreme é o caminho de minha carruagem, só com muito esforço meus cavalos, ao amanhecer, conseguem galgá-lo. O meio do caminho é alto, no centro do Céu. E no final o caminho declina abruptamente, exige uma condução segura, para que não mergulhe o carro nas profundezas do mar. Lembre-se de que o Céu se move num ímpeto constante, e é preciso viajar em sentido contrário a esse movimento. Como você haveria de conseguir isso? Volte atrás em seu pedido. Peça o que quiser, todas as riquezas do Céu e a da Terra, menos isso.

O rapaz não arredou pé, convencido de que na qualidade de filho de Hélio seria capaz de fazer igual ou menor do que o pai, seria capaz de dissipar as trevas que encobrem o mundo. E que era a maneira de mostrar mais forças ao seu desafiante Épafo.

Ao ver que a Aurora já se aproximava para inaugurar um novo dia, Hélio concordou que o filho o acompanhasse na carruagem. Faetonte, entretanto, insistiu em guiá-la sozinho.

Como todo pai fraco de caráter, o rei abriu mão de seus princípios para não contrariar o filho. Frente à insistência do jovem, cedeu ao coração em detrimento da razão.

Faetonte subiu no carro e conduziu os cavalos a galope pela linha etérea que os manteria eqüidistantes da Terra e do Céu, de modo a não incendiar as moradas dos homens e dos deuses. Rédeas nas mãos, sentiu-se senhor do mundo, cuja luz provinha de seu carro flamejante.

Contudo, o brilho das labaredas da carruagem estavam muito acima da sua capacidade de controle: em pouco tempo turvaram-lhe os olhos e a mente. Não conseguiu manter o equilíbrio da carruagem. Os cavalos puxavam mais que a força de suas mãos. Desabalados, mergulharam em direção à Terra. Ao passar por montanhas cobertas de neve, o calor do carro as derreteu, o bafo dos animais incendiou cidades e calcinou países, fez arder florestas, secar os rios e os mares.

Zeus, percebendo que a Terra ia acabar, indignado, atirou um de seus raios e despedaçou o carro, dispersando os cavalos. O corpo de Faetonte, com os cabelos em chamas, caiu como uma estrela cadente. As náiades o depositaram num túmulo, em cuja lápide gravaram este epitáfio: “Aqui jaz Faetonte. Na carruagem de Hélio ele correu; e se muito fracassou, muito mais se atreveu”.

Adaptado do texto de Frei Betto.

Yoshihiro Odo

Abril/2011

O Mito da Segurança

ACOMPANHAR O ACIDENTE NUCLEAR DE FUKUSHIMA TEM UM SENTIDO DE ENTENDER O FUTURO DA HUMANIDADE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em qualquer lugar do mundo, em qualquer momento pode ocorrer este tipo de acidente. Isto porque os modelos de “segurança” se baseiam num mito. Foi assim que a partir do dia 08 de abril a mídia japonesa passou a se referir ao passado da expansão das Usinas Nucleares, como “baseados no mito da segurança”.

No mesmo dia, Hidehiko Nishiyama, porta voz da Comissão de Segurança Nuclear do Japão confessou em público, de forma grave, pausada, refletida e com responsabilidade que “ todo o pensamento que baseava a confiança no sistemade segurança de cinco níveis, ruiu no momento em que todos eles falharam ao mesmo tempo”. E que precisava mudar todo o pensamento. E, quanto ao futuro da Energia Nuclear precisa “submeter à decisão da nação”.

Sabemos que as ciências modernas, como a meteorologia, a geologia, a biologia, a economia, etc.. se baseiam na aplicação de modelos matemáticos à base de probabilidade estatística. A probabilidade de ocorrer terremotos de 9,0 de magnitude naquelaregião japonesa era de um valor desprezível para os dados acumulados nosúltimos 100 anos. (*) Em cima desta baixíssima probabilidade se basearam todoo sistema de segurança nuclear e os treinamentos de evacuação da população local. Aliás a probabilidade desprezível aplicada ao mercado financeiro havia criado o “Subprime Mortgage” e provocado a crise econômica denominada Lehmans Shock em 2008.

O “mito de segurança” baseado nos modelos matemáticos de probabilidade desprezível está ruindo. Mas grande parte da nossa sociedade continua se baseando nele. Assim como vem fazendo a Comissão de Segurança Nuclear japonesa.

Não estaríamos no momento de re-pensar os nossos “mitos” de conhecimento dominador, controlador e arrogante para com a natureza ?

(*) O terremoto deste nível havia acontecido há mais de 1200 anos, na mesma região nordeste japonesa. E não foi por falta de alerta. Prof. Katsuhiko Ishibashi da Universidade de Kobe em audiência junto ao Senado japonês em 2005 já havia alertado. “Japão está entrando na fase de atividade sísmica e isso pode provocar grandes tragédias sobre as Usinas Nucleares”.

Odo, 13 de Abril de 2011

Sieverts no Ar

A Comissão de Segurança Nuclear e Agência de Segurança da Indústria Nuclear do Japão anunciam e conjunto que o nível de classificação do acidente nuclear de Fukushima equivale ao nível 7 da INES, o mesmo nível de classificação do acidente Nuclear de Chernobyl.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira dia 12 de abril, anunciaram esta classificação, após calcularem o total de emissão aérea do Iodo 131 e Césio 137 entre o dia 11 de março e 5 de abril.
A totalização sobre os Reatores de n.1 a 3 de Iodo e Césio radioativos emitidos no ar foi de 370 mil a 630 mil Tera Becquerel.  (Terá = 1 trilhão).

Embora este número corresponda a 1/10 da radioatividade vazada em Chernobyl,  o nível 7 da classificação INES, corresponde ao mais alto grau de gravidade na classificação de zero a 7.

É preciso lembrar que o Acidente nuclear continua. E os terremotos no Japão também.  Embora em nível menor, a emissão radioativa continua. E ainda não há previsão para o controle de resfriamento das varetas de combustível nos reatores de 1 a 3, além do tanque de resfriamento do reator 4.

Esta grande quantidade de radioatividade vazada no ar significa também que a radiação está se espalhando em toda atmosfera. Pela condição do vento favorável à Ásia, a radiação está sendo soprada para o Oceano Pacífico.

12/04/2011
Trad.Odo

(Fonte: Noticiário NHK)

 

 

“Os 22 melhores e mais conhecidos chefs do Brasil uniram forças para demonstrar solidariedade ao Japão e isso resultou “num jantar muito especial”. Quem diz é o chef Jun Sakamoto, que tomou a iniciativa de organizar esse evento apoiado pelas entidades nipo-brasileiras, Grupo Parlamentar Brasil-Japão e Consulado Geral do Japão em São Paulo.”

Vale conferir!

Fonte: Bunkyo

Seis entidades promovem a campanha SOS Japão para ajuda às vítimas do terremoto seguido de Tsunami ocorrido em 11 de Março no Japão: Bunkyo, Kenren, Kodomo no Sono, Kibo No Iê, Ikoi No Sono, Hospital Santa Cruz e Consulado Geral do Japão.

O lançamento da SOS JAPÃO acontece dia 11 de abril na Sala São Paulo , com  Concerto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), apresentação do Coral da OSESP e da soprano Eiko Senda, tocando Toru Takemitsu e Villa Lobos (Bachiana 5 e 9).

Fonte: http://docultural.com.br/blog/2011/04/1451/

Evento beneficente em prol das vítimas do terremoto no Japão
Ação visa doação para a Cruz Vermelha

Fonte: http://fjsp.org.br/agenda/gambare-japao/

O Teatro Gazeta, em parceria com a Fundação Japão em São Paulo e a Cruz Vermelha Brasileira – Filial do Estado de São Paulo, com o apoio do Consulado Geral do Japão em São Paulo, realizam o evento “Gambare Japão! Evento beneficente em prol das vítimas do terremoto e do tsunami no Japão” para ajudar as vítimas dos desastres naturais ocorridos no Japão, no dia 11 de março. Trata-se de uma apresentação musical de diversos artistas no dia 17 de abril de 2011, às 11h, no Teatro Gazeta, em São Paulo.

CÉSIO E PLUTÔNIO NO SOLO

Segundo a amostragem de terra coletada nas terras próximas à usina Nuclear de Fukushima no dia 23 de março (12 dias após o Terremoto), à 40 kilometros noroeste, foi encontrada 163 KBq/Kg de Cs137 (Césio). Calculando-se para 1metro quadrado são 9780 KBq de Césio 147. No caso de Chernovill foram evacuadas e proibidas para moradia toda a área acima de 555 KBq de Césio.

Diferente do Iodo radioativo, que tem a meia vida de apenas 8 dias, a meia-vida do Césio 137 é de 30 anos. (Isto é o tempo necessário para a redução para a metade da radioatividade).

Terras contaminadas com Césio se tornam imprestáveis para a agricultura. Mesmo que se plante, os produtos não podem ser consumidos. Além disso, o Césio emitirá radioatividade no ar, continuamente de modo que viver nesta terra significa estar se submetendo à sua contaminação.

Há estudos de que algumas culturas servem para eliminar o Césio e
acumulá-la nas raízes. As mais conhecidas são o Girassol e o Cânhamo.

Por isso ao redor de Chernobill foram plantados Girassóis. Mas é importante salientar que estes produtos não eliminam o Césio. Eles acumulam nas raízes e estas plantas precisam ser transportadas para outro local onde o césio pode ser acumulado e confinado. E também deve-se saber que a radiação aérea e o Césio fora do local onde atinge a raiz não será recolhido nestas
plantas. De tal modo que a recuperação do solo se dará em um prazo bastante longo.

A presença do Césio no solo indica que deva ter havido um derretimento nuclear (Meltdown) em qualquer um dos reatores, sendo mais provável o de número dois em torno do qual encontram-se as águas radioativas de mais alta contaminação. É também um indicativo de que o acidente nuclear de Fukushima continua e a radioatividade está sendo continuadamente lançada nas águas de resfriamento e no ar.

Mas o maior perigo e suspeita recai sobre o vazamento do Plutônio.

Amostragem de terra coletadas há 500 metros da Usina os dias 21 e 22 de março apresentou, embora em pequena quantidade a presença de Plutônios .
Foram encontrados os Plutônio 239 que tem a meia vida de 24 mil anos, Pu 240 com meia vida de 6600 anos, e Pu238 com meia vida de 88 anos. O
plutônio que vinha sendo importado da frança e depois da Rússia, é o material radioativo considerado “o pior veneno produzido pela humanidade”, e vem
sendo utilizada na Usina 3 de Fukushima. Uma vez absorvido, via aérea ou alimentar, se acumula nos ossos, rins e fígado, e altamente agressivo para provocar câncer nesses órgãos e no pulmão.

A Comissão de Energia Nuclear não deu mais detalhes e até hoje (10 de abril) o assunto da contaminação de plutônio não foi mais divulgado.